sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Transtorno Bipolar do humor



Transtorno bipolar do humorJosé Alberto Del Porto

   

José Alberto Del Porto
José Alberto Del Porto
Departamento de Psiquiatria da Unifesp/EPM
Correspondência
Endereço para correspondência: Rua Diogo de Faria, 1087 apto 409
Vila Clementino
04037-003 São Paulo, SP
Tel.: (0xx11) 5549-3998
E-mail: delporto@uol.com.br
O transtorno bipolar caracteriza-se pela ocorrrência de episódios de “mania” (caracterizados por exaltação do humor, euforia, hiperatividade, loquacidade exagerada, diminuição da necessidade de sono, exacerbação da sexualidade e comprometimento da crítica) comumente alternados com períodos de depressão e de normalidade. Com certa freqüência, os episódios maníacos incluem também irritabilidade, agressividade e incapacidade de controlar adequadamente os impulsos.
As fases maníacas caracterizam-se também pela aceleração do pensamento (sensação de que os pensamentos fluem mais rapidamente), distraibilidade e incapacidade em dirigir a atividade para metas definidas (embora haja aumento da atividade, a pessoa não consegue ordenar as ações para alcançar objetivos precisos). As fases maníacas, quando em seu quadro típico, prejudicam ou impedem o desempenho profissional e as atividades sociais, não raramente expondo os pacientes a situações embaraçosas e a riscos variados (dirigir sem cuidado, fazer gastos excessivos, indiscrições sexuais, entre outros riscos). Em casos mais graves, o paciente pode apresentar delírios (de grandeza ou de poder, acompanhando a exaltação do humor, ou delírios de perseguição, entre outros) e também alucinações, embora mais raramente. Nesses casos, muitas vezes, o quadro clínico é confundido com a esquizofrenia.
O diagnóstico diferencial deve ser feito com base na história pessoal (na doença bipolar, os quadros são agudos e seguidos por períodos de depressão ou de remissão) e familiar (com certa freqüência, podem ser identificados quadros de mania e depressão nas família).
Nos últimos anos, tem-se reconhecido a importância dos quadros de “hipomania” (quadros de mania mitigada, que não se apresentam com a gravidade dos quadros de mania propiamente dita). Os quadros caracterizados por hipomania e pela ocorrência de episódios depressivos maiores têm sido chamados de “transtorno visto que o uso de antidepressivos pode agravar seu curso, assim como também ocorre na doença bipolar com fases maníacas típicas (tipo I). No transtorno bipolar (tipos I ou II) são recomendados os estabilizadores do humor. Nas fases mais agudas, é recomendado o uso de neurolépticos atípicos (como a olanzapina ou a risperidona) ou, por razões práticas, os neurolépticos clássicos (como o haloperidol ou a clorpromazina), em que pese o perfil de efeitos colaterais.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

TDAH-Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade

O que é o TDAH?
O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e freqüentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Ele é chamado às vezes de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção). Em inglês, também é chamado de ADD, ADHD ou de AD/HD.

Existe mesmo o TDAH?
Ele é reconhecido oficialmente por vários países e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Em alguns países, como nos Estados Unidos, portadores de TDAH são protegidos pela lei quanto a receberem tratamento diferenciado na escola.

Não existe controvérsia sobre a existência do TDAH?
Não, nenhuma. Existe inclusive um Consenso Internacional publicado pelos mais renomados médicos e psicólogos de todo o mundo a este respeito. Consenso é uma publicação científica realizada após extensos debates entre pesquisadores de todo o mundo, incluindo aqueles que não pertencem a um mesmo grupo ou instituição e não compartilham necessariamente as mesmas idéias sobre todos os aspectos de um transtorno.

Por que algumas pessoas insistem que o TDAH não existe?
Pelas mais variadas razões, desde inocência e falta de formação científica até mesmo má-fé. Alguns chegam a afirmar que “o TDAH não existe”, é uma “invenção” médica ou da indústria farmacêutica, para terem lucros com o tratamento.
No primeiro caso se incluem todos aqueles profissionais que nunca publicaram qualquer pesquisa demonstrando o que eles afirmam categoricamente e não fazem parte de nenhum grupo científico. Quando questionados, falam em “experiência pessoal” ou então relatam casos que somente eles conhecem porque nunca foram publicados em revistas especializadas. Muitos escrevem livros ou têm sítios na Internet, mas nunca apresentaram seus “resultados” em congressos ou publicaram em revistas científicas, para que os demais possam julgar a veracidade do que dizem.
Os segundos são aqueles que pretendem “vender” alguma forma de tratamento diferente daquilo que é atualmente preconizado, alegando que somente eles podem tratar de modo correto.
Tanto os primeiros quanto os segundos afirmam que o tratamento do TDAH com medicamentos causa conseqüências terríveis. Quando a literatura científica é pesquisada, nada daquilo que eles afirmam é encontrado em qualquer pesquisa em qualquer país do mundo. Esta é a principal característica destes indivíduos: apesar de terem uma “aparência” de cientistas ou pesquisadores, jamais publicaram nada que comprovasse o que dizem.
Veja um texto a este respeito e a resposta dos Professores Luis Rohde e Paulo Mattos:

O TDAH é comum?
Ele é o transtorno mais comum em crianças e adolescentes encaminhados para serviços especializados. Ele ocorre em 3 a 5% das crianças, em várias regiões diferentes do mundo em que já foi pesquisado. Em mais da metade dos casos o transtorno acompanha o indivíduo na vida adulta, embora os sintomas de inquietude sejam mais brandos.

Quais são os sintomas de TDAH?
O TDAH se caracteriza por uma combinação de dois tipos de sintomas:
1) Desatenção
2) Hiperatividade-impulsividade
O TDAH na infância em geral se associa a dificuldades na escola e no relacionamento com demais crianças, pais e professores. As crianças são tidas como "avoadas", "vivendo no mundo da lua" e geralmente "estabanadas" e com "bicho carpinteiro" ou “ligados por um motor” (isto é, não param quietas por muito tempo). Os meninos tendem a ter mais sintomas de hiperatividade e impulsividade que as meninas, mas todos são desatentos. Crianças e adolescentes com TDAH podem apresentar mais problemas de comportamento, como por exemplo, dificuldades com regras e limites.
Em adultos, ocorrem problemas de desatenção para coisas do cotidiano e do trabalho, bem como com a memória (são muito esquecidos). São inquietos (parece que só relaxam dormindo), vivem mudando de uma coisa para outra e também são impulsivos ("colocam os carros na frente dos bois"). Eles têm dificuldade em avaliar seu próprio comportamento e quanto isto afeta os demais à sua volta. São freqüentemente considerados “egoístas”. Eles têm uma grande freqüência de outros problemas associados, tais como o uso de drogas e álcool, ansiedade e depressão.

Quais são as causas do TDAH?
Já existem inúmeros estudos em todo o mundo - inclusive no Brasil - demonstrando que a prevalência do TDAH é semelhante em diferentes regiões, o que indica que o transtorno não é secundário a fatores culturais (as práticas de determinada sociedade, etc.), o modo como os pais educam os filhos ou resultado de conflitos psicológicos.
Estudos científicos mostram que portadores de TDAH têm alterações na região frontal e as suas conexões com o resto do cérebro. A região frontal orbital é uma das mais desenvolvidas no ser humano em comparação com outras espécies animais e é responsável pela inibição do comportamento (isto é, controlar ou inibir comportamentos inadequados), pela capacidade de prestar atenção, memória, autocontrole, organização e planejamento.
O que parece estar alterado nesta região cerebral é o funcionamento de um sistema de substâncias químicas chamadas neurotransmissores (principalmente dopamina e noradrenalina), que passam informação entre as células nervosas (neurônios).
Existem causas que foram investigadas para estas alterações nos neurotransmissores da região frontal e suas conexões.

A) Hereditariedade:
Os genes parecem ser responsáveis não pelo transtorno em si, mas por uma predisposição ao TDAH. A participação de genes foi suspeitada, inicialmente, a partir de observações de que nas famílias de portadores de TDAH a presença de parentes também afetados com TDAH era mais freqüente do que nas famílias que não tinham crianças com TDAH. A prevalência da doença entre os parentes das crianças afetadas é cerca de 2 a 10 vezes mais do que na população em geral (isto é chamado de recorrência familial).
Porém, como em qualquer transtorno do comportamento, a maior ocorrência dentro da família pode ser devido a influências ambientais, como se a criança aprendesse a se comportar de um modo "desatento" ou "hiperativo" simplesmente por ver seus pais se comportando desta maneira, o que excluiria o papel de genes. Foi preciso, então, comprovar que a recorrência familial era de fato devida a uma predisposição genética, e não somente ao ambiente. Outros tipos de estudos genéticos foram fundamentais para se ter certeza da participação de genes: os estudos com gêmeos e com adotados. Nos estudos com adotados comparam-se pais biológicos e pais adotivos de crianças afetadas, verificando se há diferença na presença do TDAH entre os dois grupos de pais. Eles mostraram que os pais biológicos têm 3 vezes mais TDAH que os pais adotivos.
Os estudos com gêmeos comparam gêmeos univitelinos e gêmeos fraternos (bivitelinos), quanto a diferentes aspectos do TDAH (presença ou não, tipo, gravidade etc...). Sabendo-se que os gêmeos univitelinos têm 100% de semelhança genética, ao contrário dos fraternos (50% de semelhança genética), se os univitelinos se parecem mais nos sintomas de TDAH do que os fraternos, a única explicação é a participação de componentes genéticos (os pais são iguais, o ambiente é o mesmo, a dieta, etc.). Quanto mais parecidos, ou seja, quanto mais concordam em relação àquelas características, maior é a influência genética para a doença. Realmente, os estudos de gêmeos com TDAH mostraram que os univitelinos são muito mais parecidos (também se diz "concordantes") do que os fraternos, chegando a ter 70% de concordância, o que evidencia uma importante participação de genes na origem do TDAH.
A partir dos dados destes estudos, o próximo passo na pesquisa genética do TDAH foi começar a procurar que genes poderiam ser estes. É importante salientar que no TDAH, como na maioria dos transtornos do comportamento, em geral multifatoriais, nunca devemos falar em determinação genética, mas sim em predisposição ou influência genética. O que acontece nestes transtornos é que a predisposição genética envolve vários genes, e não um único gene (como é a regra para várias de nossas características físicas, também). Provavelmente não existe, ou não se acredita que exista, um único "gene do TDAH". Além disto, genes podem ter diferentes níveis de atividade, alguns podem estar agindo em alguns pacientes de um modo diferente que em outros; eles interagem entre si, somando-se ainda as influências ambientais. Também existe maior incidência de depressão, transtorno bipolar (antigamente denominado Psicose Maníaco-Depressiva) e abuso de álcool e drogas nos familiares de portadores de TDAH.

B) Substâncias ingeridas na gravidez:
Tem-se observado que a nicotina e o álcool quando ingeridos durante a gravidez podem causar alterações em algumas partes do cérebro do bebê, incluindo-se aí a região frontal orbital. Pesquisas indicam que mães alcoolistas têm mais chance de terem filhos com problemas de hiperatividade e desatenção. É importante lembrar que muitos destes estudos somente nos mostram uma associação entre estes fatores, mas não mostram uma relação de causa e efeito.

C) Sofrimento fetal:
Alguns estudos mostram que mulheres que tiveram problemas no parto que acabaram causando sofrimento fetal tinham mais chance de terem filhos com TDAH. A relação de causa não é clara. Talvez mães com TDAH sejam mais descuidadas e assim possam estar mais predispostas a problemas na gravidez e no parto. Ou seja, a carga genética que ela própria tem (e que passa ao filho) é que estaria influenciando a maior presença de problemas no parto.

D) Exposição a chumbo:
Crianças pequenas que sofreram intoxicação por chumbo podem apresentar sintomas semelhantes aos do TDAH. Entretanto, não há nenhuma necessidade de se realizar qualquer exame de sangue para medir o chumbo numa criança com TDAH, já que isto é raro e pode ser facilmente identificado pela história clínica.

E) Problemas Familiares:
Algumas teorias sugeriam que problemas familiares (alto grau de discórdia conjugal, baixa instrução da mãe, famílias com apenas um dos pais, funcionamento familiar caótico e famílias com nível socioeconômico mais baixo) poderiam ser a causa do TDAH nas crianças. Estudos recentes têm refutado esta idéia. As dificuldades familiares podem ser mais conseqüência do que causa do TDAH (na criança e mesmo nos pais).
Problemas familiares podem agravar um quadro de TDAH, mas não causá-lo.

F) Outras Causas
Outros fatores já foram aventados e posteriormente abandonados como causa de TDAH:
1. corante amarelo
2. aspartame
3. luz artificial
4. deficiência hormonal (principalmente da tireóide)
5. deficiências vitamínicas na dieta.

Todas estas possíveis causas foram investigadas cientificamente e foram desacreditadas.
fonte: www.tdah.org.br




sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Dental Care for Special Child



Q: Do special children have special dental needs?
A: Most do. Some special children are very susceptible to tooth decay, gum disease or oral trauma. Others require medication or diet detrimental to dental health. Still other children have physical difficulty with effective dental habits at home. The good news is, dental disease is preventable. If dental care is started early and followed conscientiously, every child can enjoy a healthy smile.

Q: How can I prevent dental problems for my special child?
A: A first dental visit by the first birthday will start your child on a lifetime of good dental health. The pediatric dentist will take a full medical history, gently examine your child's teeth and gums, then plan preventive care designed for your child's needs.

Q: Will preventive dentistry benefit my child?
A: Yes! Your child will benefit from the preventive approach recommended for all children- effective brushing and flossing, moderate snacking, adequate fluoride. Home care takes just minutes a day and prevents needless dental problems. Regular professional cleanings and fluoride treatments are also very beneficial. Sealants can prevent tooth decay on the chewing surfaces of molars where four out of five cavities occur.

Q: Are pediatric dentists prepared to care for special children?
A: Absolutely. Pediatric dentists have two or more years of advanced training beyond dental school. Their education as specialists focuses on care for children with special needs. In addition, pediatric dental offices are designed to be physically accessible for special patients. Pediatric dentists, because of their expertise, are often the clinicians of choice for the dental care of adults with special needs as well.

Q: Will my child need special care during dental treatment?
A: Some children need more support than a gentle, caring manner to feel comfortable during dental treatment. Restraint or mild sedation may benefit your special child. If a child needs extensive treatment, the pediatric dentist may provide care at a local hospital. Your pediatric dentist has a comprehensive education in behavior management, sedation and anesthesia techniques. He or she will select a technique based on the specific health needs of your child, then discuss the benefits, limits and risks of that technique with you.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Visita de Vitória ao consultório - diagnóstico:Acrania


Relato da mãe da Vitória no blog www.vitoriadecristo.blogspot.com

"Na quinta-feira passada fomos a uma dentista que atende pacientes especiais, a Dra. Adriana Zink (http://adrianazink.blogspot.com/). Ela tem um trabalho bem especial com autistas, mas tem vasta experiência com várias outras necessidades especiais e nos deu ótimas orientações. Ela disse que os dentinhos da Vitória estão crescendo lentamente, mas neste momento está tudo bem e  não é indicada nenhuma intervenção. Caso ela estivesse sem  comer e perdendo peso por causa dos dentes, então seria necessário uma pequena intervenção para recortar a gengiva, mas não é o caso. Ela recomendou nos dias mais difíceis dar um analgésico meia hora antes da hora de comer, e ajudá-la a mastigar o mordedor ou escovinha para estimular.

Também lembrou que é muito importante tomarmos cuidado redobrado com a higiene dos dentinhos desde já, fortalecendo o hábito da escovação desde cedo para que quando ela cresça continue colaborando nesta atividade. Ela disse que a Vitória está tendo um bom desenvolvimento "estomatognático", isto é, de toda estrutura da boca (maxilar, mandíbula, dentes, etc) e que é muito favorável o fato de ela respirar pelo nariz, ter bom posicionamento de língua, e bom controle da saliva,  entre outras coisas que ela mencionou. E também reforçou a importância do acompanhamento com fono para que ela continue recebedo estímulos e evoluindo. Eu nem sabia que existia esse termo e que essa região pode ter ou não um desenvolvimento adequado, mas fiquei muito feliz em saber que a Vitória está bem!

Para todas as crianças é importante a ida ao dentista, e para crianças com alterações neurológicas, mais ainda, para podermos identificar a tratar cedo quaisquer problemas ou dificuldades. A consulta valeu muito a pena, a dentista foi super atenciosa, pediu para enviarmos para ela a tomografia de crãnio para ver como estão os dentes e até se quiser posso ir enviando para ela fotos dos dentes para vermos se está evoluindo bem - especialmente esses molares que estão custando muito a sair."

Bem vindos ao blog "Odontologia especial"


A definição de pacientes especiais já está formulada de comum acordo entre as associações de diversos países como a IADH (International Association of Dentirtry for the Handicapped) .
Faz parte do grupo de pacientes com necessidades especiais na odontologia aquelas pessoas que tem alguma doença ou situação clínica que necessitem um atendimento odontológico diferenciado. O especialista na área está capacitado para prestar uma odontologia de alta qualidade cercada dos cuidados necessários à cada situação específica.
 De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 10% da população mundial é portadora de algum tipo de deficiência, sendo que a maioria desses indivíduos está em países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, e apenas 2% dessas pessoas recebem atendimento adequado voltado para as suas necessidades.
No Brasil, de acordo com o censo do ano de 2000, 24,5 milhões de pessoas possuem algum tipo de incapacidade, sendo que este número corresponde a 14,5% da população.
Dessa forma, a odontologia para pacientes com necessidades especiais se faz extremamente importante. A importância dos cuidados na Odontologia para com os pacientes especiaisportadores de distúrbios neuropsicomotores vem sendo estudada ao longo dos anos, poisenvolveoconhecimentodocirurgiãodentistafrenteaosproblemaspsico(sociaisquepossaminterferirnoprocessodecolaboraçãodopacienteàassistênciaodontológica.
Estes pacientesconstituem um grupo que pode ser considerado de alto risco para o desenvolvimento de doenças  bucais de acordo com o tipo de patogenia sistêmica, alteração salivar, dietacariogênica,alteraçãomusculareineficáciadahigienização.
De acordo com o Conselho Federal de Odontologia são 450 inscritos como especialistas em pacientes com necessidades especiais em todo território nacional até 16/08/2011, para um total de 237872 cirurgiões-dentistas.


PACIENTES ESPECIAIS EM ODONTOLOGIA

Ultimamente, na Odontologia existe um movimento maior no entendimento e na prática clínica oferecida a pessoas com necessidades especiais.
 Foi regulamentada pelo Conselho Federal de Odontologia a especialidade de Odontologia em Pacientes com Necessidades Especiais.
Segundo Sabbagh Haddad, 2007, os pacientes com necessidades especiais podem ser classificados conforme segue abaixo:

CLASSIFICAÇÃO PACIENTES COM NECESSIDADES ESPECIAIS 

Deficiência mental
Deficiência físicaAnomalias congênitas (deformações, síndromes)
Distúrbios comportamentais (autismo)
Transtornos psiquiátricos
Distúrbios sensoriais e de comunicação
Doenças sistêmicas crônicas (diabetes, cardiopatias, doenças hematológicas, insuficiência renal crônica, doenças auto imunes, doenças vesículo bolhosas, etc)
Doenças infectocontagiosas (hepatites, HIV, tuberculose)
Condições sistêmicas (irradiados, transplantados , oncológicos, gestantes, imunocomprometidos)


O atendimento ambulatorial deve ser sempre realizado em conjunto com a família e por profissional capacitado, normalmente com especialização em pacientes com necessidades especiais. O apoio da família é muito importante na conscientização da importância da boa saúde bucal para esses pacientes.
Estas pessoas têm uma necessidade aumentada para o cuidado preventivo odontológico; para prevenção de cárie e doenças periodontais. A maioria destes pacientes não apresenta plena capacidade de realizar seus cuidados bucais necessitando da ajuda de demais pessoas. A participação de familiares ou responsáveis nestes cuidados é fundamental para o sucesso do tratamento odontológico e para promoção da saúde bucal do paciente. Quanto maior o grau de dependência do paciente, mais atenção o cuidador deve ter à higienização e aos cuidados preventivos. A primeira abordagem odontológica deve ser composta de uma aproximação com o paciente e familiares assim como o conhecimento das condições médicas preexistentes. Salienta-se que muitos destes pacientes apresentam complicações orgânicas.
O melhor atendimento exige uma integração das áreas odontológica, médica, psicológica, social, etc. O dentista especialista avalia a qualidade da saúde do paciente, analisa exames pré-existentes referentes a saúde geral, realiza o exame bucal, avalia o comportamento do paciente, dos familiares, e o relacionamento entre ambos, conversa com o cuidador, se esse existir. Para pessoas com deficiência mental ou comportamental , da mesma forma que para crianças normais, faz-se o condicionamento lúdico psicológico do paciente especial, para que se obtenha sua cooperação, antes de quaisquer outros recursos. A contenção física ( que pode ser chamado de estabilizador) ou química ( com uso de fármacos) somente é utilizada diante da ineficiência dos métodos psicológicos. O condicionamento lúdico é realizado através de sessões e não é sabido o número prrovável dessas sessãoes.
Segundo Gargione, (1998), o atendimento odontológico em pacientes especiais, atualmente, pode ser feito em três modalidades: a normal, que é o atendimento em que existe a cooperação por parte do paciente, alternando-se somente o tipo de ambiente, instrumental e material odontológico a ser empregado; o condicionado, que utiliza técnicas de demonstração com todo o aparato odontológico, para que o paciente saiba, antes de ser atendido, o que será utilizado em sua boca, incluindo as de vibrações e ruídos que farão parte do atendimento proposto; e o sob contenção (mecânica, química, hipnose). Os pacientes que apresentem problemas graves no que se refere à cooperação e ao manejo devem ser considerados dentro do grupo com indicação para a contenção química e anestesia geral.
Todo tratamento odontológico é considerado como parte de um programa permanente de saúde bucal. Dentro desse programa, as medidas preventivas e as restauradoras devem estar perfeitamente integradas, ficando na dependência de cada paciente, a predominância de umas sobre as outras.
Os locais para o atendimento da população de pacientes especiais devem, preferencialmente, estar junto às instituições que oferecem tratamentos globais para as deficiências abordadas. Nelas, o CD integra uma equipe de trabalho multi e interdisciplinar. Hoje muitos profissionais especialistas em pacientes especiais trabalham em hospitais, fazem atendimentos domiciliares, atendimentos em clínicas, etc.
É de extrema importância que o cirurgião-dentista reconheça as necessidades especiais de seu paciente e se necessário, encaminhe ao colega especialista em pacientes com necessidades especiais.